,

Osteocondrite dissecante: o que é, sintomas, diagnósticos e tratamento

Osteocondrite dissecante é uma ocorrência bastante frequente em atletas mirins, sobretudo nos que participam de alguma atividade física de caráter competitivo, justamente pela necessidade de intensos treinamentos.

Esta representa um tipo de doença adquirida no qual o osso situado abaixo da cartilagem, ou seja, o osso subcondral, deixa de receber suprimento sanguíneo. Com isso, a cobertura cartilaginosa se desestabiliza.

Caso o processo não seja revertido, o complexo que envolve osso e cartilagem, que passa por impactos e forças de cisalhamento, poderá se desprender do leito ósseo. Dessa maneira, este processo acarretará a formação de corpos livres, além de irregularidades nas articulações.

O que pode causar a osteocondrite dissecante

Embora ainda não exista consenso sobre os fatores que levam ao desenvolvimento desta doença, sabe-se que há alguns pontos em comum entre os indivíduos acometidos. Uma das principais características apontadas por especialistas é a genética favorável ao desenvolvimento da osteocondrite dissecante.

Além disso, lesões causadas por movimentos repetitivos, que desencadeiam pequenas lesões ao longo do tempo, são apontadas como causadoras de danos ósseos e nas articulações, aumentando as chances de que a doença se desenvolva. Vale destacar que esta pode ocorrer mais frequentemente em indivíduos do sexo masculino.

Conheça as principais classificações desta doença

A osteocondrite dissecante é dividida em dois tipos, confira:

  • Osteocondrite dissecante juvenil: Ocorre na chamada cartilagem de crescimento aberta, sobretudo em atletas mirins.
  • Osteocondrite dissecante do adulto: Também é frequente em atletas mirins, mas com a cartilagem de crescimento fechada.

É importante salientar que, nas duas formas da doença, caso a resposta aos tratamentos não seja adequada, há forte tendência de desenvolvimento tardio de sequelas. A osteoartrose é um dos exemplos de doenças decorrentes deste processo.

Saiba quais são os sintomas da osteocondrite dissecante

Os principais sintomas referidos são dores e edema no joelho comprometido, especialmente piorados quando da realização de atividades físicas. Nos indivíduos acometidos, bloqueios articulares podem acontecer, assim como estalidos, principalmente quando da presença de corpos livres provenientes das articulações.

A osteocondrite dissecante costuma ocorrer entre 13 e 21 anos, de forma que os sinais da doença apresentam estreita relação com o local da lesão. No que diz respeito aos casos sintomáticos que apresentem longa duração, a atrofia muscular do quadríceps é uma ocorrência frequentemente presente.

A área mais afetada pela doença é a face posterolateral do côndilo femoral medial, representando 75% dos casos. Já a zona de carga, local em que há a distribuição de peso dos côndilos femoral medial e do lateral, respondem por 20% das ocorrências de osteocondrite dissecante. A superfície patelar, por sua vez, costuma ser comprometida em 5% dos casos.

Tratando-se de uma ocorrência rara, a osteocondrite dissecante patelar também é predominante em pessoas do sexo masculino. Neste caso, os sintomas se apresentam com dores difusas, que costumam ser acentuadas quando da realização de flexões ou apoios.

A ocorrência de edema, tanto durante atividades extenuantes, quanto após a sua realização, bem como atrofia precoce de músculos podem acontecer de forma associada à crepitação da região retropatelar.

Assim sendo, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada são métodos de grande importância para a determinação da área lesionada, assim como da extensão da doença.

Como o diagnóstico da osteocondrite dissecante é realizado

Os exames de imagem, sobretudo ressonância magnética e tomografia computadorizada são considerados essenciais para isso. O diagnóstico é feito também com base no exame físico do paciente, bem como através de exames de cintilografia. Neste último caso, contudo, trata-se de uma técnica menos empregada em face de suas peculiaridades.

O especialista poderá, ainda, solicitar exames radiográficos da porção posterolateral do côndilo femoral medial em que se suspeita de lesão.

Veja como é o prognóstico desta lesão

Para determinar a evolução da doença, o médico especialista verificará a probabilidade do fragmento livre se consolidar. Em outras palavras, isso será feito com base nas chances deste estabelecer nova união com o joelho.

Dentre os indivíduos com maiores chances de recuperação através do tratamento conservador estão os mais jovens. Além disso, ao se realizar ressonância magnética, observa-se que os fragmentos livres mantiveram-se no lugar, apresentando maior aspecto de estabilidade.

Já os indivíduos mais velhos, que apresentam cartilagem de crescimento fechada, bem como fragmentos maiores, tendem a necessitar de tratamento cirúrgico, já que as lesões costumam ser mais instáveis.

De que modos a doença pode ser tratada

Tratamento conservador

Esta abordagem costuma ser mais favorável em se tratando de lesões que antecedam o fechamento da cartilagem de crescimento, pois as lesões estáveis apresentam melhor prognóstico. Dentre as recomendações médicas mais frequentes estão o uso de anti-inflamatórios, analgésicos, utilização de muletas e imobilizadores.

Caso sejam mais jovens, as técnicas que implicam na restrição completa de movimentação podem ser adotadas para que a lesão seja tratada.

Tratamento cirúrgico

Para os casos em que o tratamento conservador não apresenta resultados efetivos, a cirurgia costuma ser indicada pelo especialista, ou seja, quando as lesões são deslocadas ou instáveis, principalmente em se tratando de adultos.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *