Dr. Fabricio Severino

Ligamento cruzado posterior: entenda mais sobre esse importante ligamento

Ligamento cruzado posterior (LCP) é responsável por interligar o fêmur à tíbia. Atividades de impacto, como alguns exercícios físicos, bem como traumas podem levar a lesões nesta estrutura. Ele é considerado um dos principais ligamentos do joelho.

Saiba como o ligamento cruzado posterior é caracterizado

O LCP integra um grupo de quatro ligamentos principais, compondo a fossa poplítea, na parte de trás do joelho. Além disso, este ligamento também auxilia com que a articulação se mantenha estável, não permitindo que ocorra o deslocamento posterior da tíbia em relação ao fêmur.

Veja de que formas a lesão do ligamento cruzado posterior pode ocorrer

Há diversas circunstâncias em que o LCP pode ser lesionado, como por meio de acidentes de trânsito, quedas e até mesmo durante práticas esportivas que envolvam movimentações abruptas do joelho, sobretudo esportes de contato.

Esta estrutura poderá sofrer ruptura pela aplicação direta de força, realizada na face anterior da tíbia, assim como indiretamente, quando a pessoa está com o pé apoiado em alguma superfície e o joelho passa por algum tipo de torção ou se dobra na direção contrária.

Os principais sintomas do ligamento cruzado posterior

O que cada paciente sente depende da gravidade da lesão. Abaixo estão alguns dos principais indicativos de que este ligamento foi lesionado. Confira:

Medidas a se tomar quando o LCP de um joelho é lesionado

Assim que ocorre a torção do joelho, algumas medidas poderão ser adotadas até que a pessoa passe por atendimento médico:

Vale destacar que é importante procurar atendimento médico sempre que perceber a ocorrência de lesão do LCP ou em outros ligamentos, principalmente se houver dificuldade para apoiar o pé no chão, edemas e dores.

Como as lesões do ligamento cruzado posterior

podem ser diagnosticadas

O método mais empregado para diagnosticar uma lesão do LCP é o exame físico da região, realizado pelo médico. Em geral, quando o joelho está muito dolorido e inchado, é comum que o especialista repita a avaliação tão logo o quadro apresente melhora.

Assim como é importante para o diagnóstico, o exame físico é útil para que o médico possa avaliar o nível de estabilidade da lesão. Em outras palavras, é avaliado o grau de movimentação entre os ossos.

A ressonância magnética, por sua vez, é considerado o melhor exame de imagem quando se busca confirmar se houve alguma lesão dessa natureza. Isso se dá por conta de sua alta sensibilidade, possibilitando a identificação de outras possíveis lesões associadas ao caso.

As radiografias, contudo, apresentam a vantagem de avaliação da instabilidade do joelho lesionado. Nesse tipo de situação, há a aplicação de força no joelho para se avaliar o nível de movimentação que a tíbia apresenta.

Veja se outras lesões ligamentares podem ocorrer simultaneamente

É comum que o ligamento cruzado posterior seja lesionado juntamente a outros ligamentos existentes no joelho, como no caso das lesões de menisco. A existência de lesões conjuntas representa um dos critérios para definição, por parte do médico, da adoção de tratamentos cirúrgicos.

Saiba se este ligamento pode passar por cicatrização

O tratamento não cirúrgico pode levar o LCP à cicatrização, mas isso ocorre de forma condicionada a alguns fatores. Dentre estes estão a intensidade da instabilidade da área lesionada, bem como a existência de outras lesões ligamentares. Somente em alguns poucos casos a cirurgia é indicada pelo médico. A seguir estão alguns fatores indicativos de tratamento não cirúrgico:

De que modo ocorre o tratamento conservador de lesões do LCP

Esta modalidade de tratamento pode compreender a realização de fisioterapia, imobilização da área afetada, utilização de muletas e proteção da região lesionada.

O tempo de utilização de muletas ocorrerá conforme o nível de instabilidade observado inicialmente no joelho afetado, havendo progressão da movimentação da região.

O processo de reabilitação implica no fortalecimento da musculatura, bem como na realização de exercícios para ativar os músculos do joelho. A volta ao esporte, assim como ocorre em todo tipo de lesão nos joelhos, é realizada de forma gradual.

Quando a lesão do ligamento cruzado posterior requer cirurgia

Algumas situações que implicam na adoção de tratamento cirúrgico estão descritas a seguir:

Este tipo de lesão poderá acontecer em associação com lesões do ligamento cruzado anterior (LCA), bem como do canto posterolateral e do ligamento colateral medial.

Como a cirurgia para tratar este tipo de lesão é realizada

A reconstrução do ligamento é a técnica cirúrgica mais adotada para tratamento desta lesão. Tal cirurgia consiste em um enxerto de tendão, buscando-se o refazimento do ligamento. O material enxertado é fixado no joelho através de túneis no osso, com o mesmo posicionamento do ligamento lesionado.

Em boa parte dos casos, a técnica cirúrgica adotada para reconstruir este ligamento é a artroscopia. Isso significa que o joelho pode ser visualizado em seu interior através de uma câmera, sem que seja necessária a abertura da articulação em questão.

Para fixação do enxerto ósseo, são empregados parafusos absorvíveis de interferência, bem como botões de suspensão cortical e outros mecanismos.

Quando um extenso bloco ósseo é arrancado através do ligamento, há a recomendação de fixação óssea, ao invés de se optar pela reconstrução do ligamento.

Se existirem outras lesões que também precisam de tratamento cirúrgico, como nos casos de ligamentos ou meniscos, estas poderão ser tratadas por meio da mesma cirurgia.

Tipos de enxerto empregados para reconstrução do LCP:

A cirurgia do ligamento cruzado posterior poderá ser realizada através dos seguintes tipos de enxerto:

Para escolher o tipo ideal de enxerto a fim de se reconstruir o LCP, o especialista se baseará em critérios como as peculiaridades do paciente, as dimensões da lesão e as opções de material disponíveis.

De que forma se dá o período pós-operatório

Nessa fase, faz-se necessário que o ligamento operado seja devidamente protegido. O paciente, contudo, poderá se movimentar com o emprego de muletas, que sustentarão parte do seu peso corporal, mantendo a região com imobilizador, necessário para assegurar a estabilidade do joelho.

As medidas para controlar as dores se mostram efetivas, permitindo com que o paciente possa ter alta no dia seguinte e, em determinados casos, no mesmo dia.

A fase de recuperação após a cirurgia representa uma etapa crucial para que o tratamento seja efetivo. Desse modo, o pós-operatório deverá ser acompanhado por um fisioterapeuta.

É necessário que o paciente evite sobrecargas no joelho durante o período de reabilitação. Essa medida é importante para que o ligamento consiga se formar de forma adequada, a fim de restabelecer as funções do joelho.

As muletas e o imobilizador são retirados de maneira progressiva entre 6 a 8 semanas depois da realização do tratamento cirúrgico. Essa retirada está condicionada à capacidade do indivíduo em controlar a musculatura e marchar adequadamente.

Há prosseguimento do processo de reabilitação nos meses seguintes, pois busca-se restabelecer o equilíbrio e a força do paciente. Em geral, o retorno às atividades esportivas costuma ocorrer a partir de 6 meses e de maneira gradual.

O paciente, em geral, é liberado para a prática esportiva habitual, sem restrições, depois de sua completa recuperação, que será avaliada pelo médico por meio de testes funcionais. Essa liberação poderá acontecer em torno de 9 meses após a realização do tratamento cirúrgico.

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