Artrose no joelho (Osteoartrite): o que é, causas e tratamento

Artrose no joelho é uma condição dolorosa decorrente do desgaste da articulação. Como consequência, ocorre um processo inflamatório no local do desgaste, o que gera dores no joelho e limitações na movimentação dele.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) essa doença é a principal em todo mundo, acometendo cerca de 70% a 80% da população acima de 60 anos. Entretanto, é importante destacar que pessoas mais jovens também podem desenvolver artrose.

No Brasil, a doença também é conhecida na literatura médica como osteoartrose, entretanto, a nível mundial a artrose é chamada de osteoartrite. Para melhor compreensão do que acontece em decorrência desse desgaste, é importante saber que a cartilagem responsável por cobrir as extremidades dos ossos fica mais fina. Esse processo da artrose pode ocorrer abaixo da rótula do joelho ou na principal superfície da articulação do joelho.

O que acontece no corpo quando surge uma artrose

Quando a cartilagem que cobre os ossos fica mais fina, o osso que está sob a cartilagem tem como reação se tornar mais espesso. Além disso, os tecidos dessa articulação do corpo ficam mais ativos. Como o corpo sempre tenta se defender e seguir funcionando mesmo quando algo estranho está acontecendo, na artrose é como se o organismo tentasse reparar o desgaste que gerou todo o problema a todo custo.

Já o osso que fica na borda da articulação começa a crescer para fora, dando origem aos doloridos osteócitos, também conhecidos como esporões ósseos. Os ossos que podem ser afetados com esse processo são os das coxas, pernas e da rótula.

Causas da artrose do joelho

Há algumas razões que podem levar uma pessoa a desenvolver uma artrose de joelho. Além do fator idade, que colabora para o surgimento dessa e de outras enfermidades relacionadas com o desgaste ósseo e muscular, também podemos citar:

• Lesões: essas lesões são comuns, sobretudo, quando há impactos fortes, comuns em partidas de futebol, ou quando se é feito esforço muito grande de forma repetitiva, como ocorre com os trabalhadores da construção civil. Essas causas podem levar uma pessoa com 40 anos ou menos a desenvolver a artrose.
• Obesidade: fatores de risco e estilo de vida, a obesidade também é uma causa para a artrose de joelho. Isso porque o joelho precisa fazer muito mais esforço para andar devido ao excesso de peso no corpo. Se o paciente não perder peso, as dores e desgastes da artrose podem agravar com o passar do tempo.
• Fatores genéticos: embora a ciência ainda não possua conclusões muito claras ou detalhadas, é sabido que se a pessoa tiver um parente próximo, como pai, mãe ou irmão, que venha a desenvolver artrose, há enormes chances de que também desenvolva a doença em algum momento da vida. Entretanto, isso não é uma certeza e o caso carece de estudos que possam ligar os genes ao desenvolvimento da artrose no joelho.
• Cirurgias: uma pessoa que precisou operar o joelho, como nos casos de remoção de meniscos e reconstrução de ligamento cruzado, pode desenvolver ao longo do tempo uma artrose de joelho.

A artrose também pode se desenvolver em decorrência de outras doenças articulares, sobretudo as mais raras, como gota. Além disso, o problema impacta mais mulheres do que homens.

O diagnóstico de artrose em mulheres costuma surgir após os 50 anos e estariam ligados aos efeitos da menopausa no corpo, como a ausência ou redução de alguns hormônios no organismo, como colágeno e ácido hialurônico.

Como ocorre o funcionamento normal do joelho

Um joelho sem artrose possui o final de cada osso coberto por uma cartilagem escorregadia e lisa. Graças a essa característica, todas as extremidades dos ossos podem se mover sem que haja atritos entre elas, além de manter o peso bem distribuído.

Os meniscos são responsáveis por realizar o aumento da congruência articular, evitando que a cartilagem se degenere. O joelho é mantido no lugar graças a quatro ligamentos que impedem a movimentação em direção errada e seu deslocamento.

Quando em funcionamento normal, a articulação do joelho é movimentada livremente dentro dos seus limites. Esses ossos e articulações precisam ser bastante fortes para suportar o peso do corpo e serem eficientes como uma “dobradiça” para que possamos andar sem qualquer limitação.

Além disso, a articulação do joelho é mantida no lugar também com a ajuda dos músculos das coxas. Isso porque estão ligados através de conectores fortes chamados de tendões.

E como funciona um joelho com artrose

Já se o joelho está acometido com uma artrose, como um processo de degeneração óssea e cartilaginosa. Essa degeneração também é chamada de morte do tecido cartilaginoso. O processo inflamatório da artrose faz com que a degeneração da cartilagem vá ocorrendo aos poucos com o passar do tempo.

Gradativamente, os ligamentos e a capsula vão engrossar por conta do processo inflamatório. O corpo tenta reparar o problema sozinho, mas nem sempre consegue. Há casos de processos assintomáticos ou pouco dolorosos, e também os que pacientes consideram insuportáveis.

Sintomas da artrose no joelho

O processo inflamatório da artrose pode gerar dores que se intensificam gradativamente, uma vez que se trata de uma doença crônica. Os principais sintomas relatados em consultório são:

• Dor no joelho que piora com o passar do tempo;
• Músculo mais rígido, especialmente em dias frios;
• Deformidade do joelho, tornando-o mais para dentro ou para fora;
• Dificuldade ou impossibilidade de esticar ou dobrar os joelhos;
• Inchaço, conhecido popularmente como “água no joelho”, decorrente do esforço físico. Esse inchaço pode ser duro ou mole ao toque, a depender de sua real causa;
• Falseio;
• Sensação de fraqueza muscular que aumenta com o tempo, tornando uma missão bastante desafiadora atividades simples do dia a dia, como subir um lance de escadas.

É importante salientar que não é necessário que um paciente tenha todos esses sintomas ao mesmo tempo, bem como há quem passe anos sem ter sintomas. Cada caso é muito particular, por isso a importância de procurar um profissional que melhor oriente o tratamento para cada situação em particular.

Diagnóstico da artrose

A artrose de joelho se manifesta de formas diferentes nas pessoas. Em alguns casos, ela surge repentinamente trazendo muitas dores e desconforto nas articulações afetadas dos membros inferiores. Já em outros casos, ela chega aos poucos sendo confundida com diversos outros problemas de articulação.

Por conta disso, é comum que muitos pacientes tenham um diagnóstico tardio, até porque seus sintomas se confundem com diversas outras enfermidades. Apenas relatar os sintomas ao médico não é o bastante para obter um diagnóstico.

Além de fazer um exame físico e avaliação do histórico clinico do paciente, o médico poderá solicitar exames de imagem, tais como radiografias e ressonância magnética. O médico também poderá solicitar uma série de exames laboratoriais de sangue, a fim de se descartar outras condições como as doenças autoimunes.

Tratamento da artrose no joelho

Seja qual for a intensidade das dores causadas pela artrose de joelho, há sempre várias opções de tratamento, e a cirurgia só será indicada em último caso, quando todas as tentativas anteriores não derem certo.

Quem desenvolve a artrose precisa manter o peso controlado, e realizar exercícios físicos devidamente indicados por um profissional, pois isso ajuda a amenizar a dor e devolver a liberdade de movimentação pouco a pouco. A fisioterapia também é indicada em todos os casos para que se realize atividades físicas que fortaleçam a musculatura.

Para quem sente muitas dores, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios tem especial efeito na devolução da qualidade de vida do paciente. Também existe o anti-inflamatórios injetável, que serve para ser injetado na região do joelho e impedir a evolução da doença.

Em muitos casos o ácido hialurônico injetável também tem se mostrado eficiente nos cuidados com uma doença inflamatória no joelho. Se uma pessoa fizer todo o tratamento corretamente, mas não obtiver resposta e as dores estiverem muito intensas, uma cirurgia poderá ser indicada, sempre a depender da condição de saúde geral da pessoa.

Tipos de cirurgia para artrose de joelho

Cada paciente possui uma necessidade diferente até mesmo quando a única solução é uma intervenção cirúrgica. Por conta disso, o tratamento cirúrgico da artrose de joelho possui diferentes abordagens, sendo elas:

• Artroscopia: é um procedimento minimamente invasivo que consiste em introduzir uma câmera dentro do joelho afetado através de dois ou três furinhos chamados na literatura médica de portais. Esse tipo de procedimento serve para fazer a limpeza articular, removendo ali todo o tecido inflamado. Geralmente é mais recomendada em paciente mais jovens, com menos de 50 anos.
• Subcondroplastia: visa infundir cimento ósseo nas áreas mais fragilizadas do osso com artrose. É mais indicado quando há artrose em apenas um ponto do joelho, podendo ser feito em pacientes com mais de 40 anos que já fizeram posterior retirada de meniscos.
• Osteotomia: método de cirurgia convencional de joelho, que visa retirar o peso sobre a parte doente do joelho e colocá-lo sobre a parte sadia. Nesse procedimento é inserida uma placa no joelho do paciente.
• Prótese total de joelho: indicada para pacientes acima de 60 anos, quando não há mais nada que possa ser feito para amenizar ou controlar a doença, pois a artrose está em sua fase final, ou seja, já desgastou demais. Nesses casos, substitui-se a articulação do joelho, o que inclui a patela, fêmur e a tíbia.

Veja também:

• Artroscopia do joelho: indicações e detalhes da fase pós-operatória
• Prótese de joelho: indicações, técnicas e período de recuperação

Prevenção da artrose

A melhor forma de prevenir ou diminuir as chances dessa e outras condições é realizar atividades físicas, controlar o peso, ter uma alimentação saudável, evitar esportes de alto impacto ou exercícios repetitivos e intensos, bem como controlar o nível de açúcar no sangue.

A artrose não ocorre de um dia para o outro, mas o desgaste é gradativo, de forma que são os maus hábitos os grandes vilões de grande parte dos problemas degenerativos, e não necessariamente, o envelhecimento